Entregadores por aplicativo rejeitam proposta de empresas
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Entregadores por aplicativo rejeitam proposta de empresas
Setembro 13, 2023

Grupo tripartite criado pelo governo nĂŁo obteve acordo
Porto Velho, RO - Motoboys e empresas de plataformas digitais nĂŁo chegaram a um acordo para melhorar as condições de trabalho dos entregadores. ApĂłs pouco mais de quatro meses de negociação em um grupo de trabalho (GT) instituĂdo pelo governo federal, representantes dos profissionais de entrega saĂram insatisfeitos da reuniĂŁo realizada na tarde desta terça-feira (12), no MinistĂ©rio do Trabalho e Emprego (MTE), em BrasĂlia.
"NĂłs saĂmos do GT agora no final da noite [desta terça-feira]. Na parte dos motoboys e dos motoentregadores, nĂŁo teve acordo nenhum. Todas as propostas apresentadas pelas empresas sĂŁo inviáveis, nĂŁo tem como embarcar nĂŁo", afirmou o o presidente do SindimotoSP e do Conselho Nacional de Motofretistas, Motoentregadores, Motoboys e Entregadores Ciclistas profissionais do Brasil, Gilberto Almeida dos Santos, conhecido como Gil.
"Depois de 120 dias de reunião no GT do governo, tripartite, a gente sai da mesa sem acordo com as empresas. Está para ter uma reunião amanhã [13], por volta 11h, com o governo, para ver qual caminho o governo vai tomar", acrescentou.
Mais cedo, na capital federal, motoboys e motoentregadores fizeram uma mobilização na Esplanada dos MinistĂ©rios, pedindo que as empresas de aplicativos ofereçam remuneração mĂnima decente e condições dignas de trabalho, com diretrizes de saĂşde e segurança, para seus trabalhadores.
Os entregadores protestaram contra a demora na regulação do serviço e argumentam que a renda por hora de trabalho logada nos aplicativos caiu 53,60% depois da popularização dos aplicativos, de R$ 22,90 em 2013 para R$ 10,55 em 2023.
O Conselho Nacional dos Sindicatos de Motoboys e Motoentregadores, a Aliança Nacional dos Motoboys e Motoentregadores e as centrais sindicais reivindicam os valores mĂnimos de R$ 35,76 para motociclistas e R$ 29,63 para ciclistas profissionais por hora de trabalho.
Já a proposta das empresas varia de R$ 10,20 a R$ 12 para motociclistas e de R$ 6,54 a R$ 7 para ciclistas. Elas sĂŁo representadas pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) - que reĂşne as empresas Amazon, iFood, Flixbus, Uber, ZĂ© Delivery, Buser, 99 e Lalamove – e pelo Movimento Inovação Digital (MID) – que reĂşne mais de 150 empresas, entre elas, Mercado Livre, GetNinjas, PayPal, Loggi, Movile, Americanas, C6 Bank, Facily, Rappi, OLX e euEntrego.
Para o dia 18 de setembro, os entregadores prometem paralisação em todo o paĂs caso nĂŁo haja melhora na proposta.
“As empresas de aplicativos continuam fugindo de suas responsabilidades sociais com milhões de entregadores em todo Brasil que, na realidade, nĂŁo sĂŁo autĂ´nomos e sim trabalhadores em situação de precarização e escravização”, argumentou a Federação Brasileira dos Motociclistas Profissionais, em comunicado. Segundo a entidade, as propostas da Amobitec e MID tambĂ©m nĂŁo contemplam as questões de segurança e saĂşde dos entregadores.
A Amobitec informou que vem apresentando documentos e propostas desde o inĂcio das discussões, incluindo modelos de integração na PrevidĂŞncia Social e valores de ganhos mĂnimos. “As empresas associadas continuam abertas ao diálogo e Ă disposição das partes interessadas com o objetivo de criar um modelo regulatĂłrio equilibrado para o trabalho intermediado por plataformas digitais, que busque ampliar a proteção social dos profissionais e garantir a segurança jurĂdica da atividade”, diz a entidade.
A mesa tripartite - formada por governo, empregadores e trabalhadores - tinha atĂ© esta terça-feira como prazo final para chegar a um consenso sobre ganhos mĂnimos, indenização pelo uso dos veĂculos, previdĂŞncia, saĂşde dos trabalhadores e transparĂŞncia algorĂtmica. A reportagem procurou representantes do MTE para comentar sobre o resultado das negociações, mas nĂŁo obteve retorno.
Fonte: AG/BR
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Economia

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