Motta reclama de despacho de Dino sobre emendas e mira governo
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Motta reclama de despacho de Dino sobre emendas e mira governo
junho 11, 2025
O congresso pede ações do governo, porém o Congresso começa a ser cobrado por ações para reestruturação econômica

© Getty Images
Porto Velho, RO - O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se queixou de novo despacho do ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre emendas parlamentares em telefonema à ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) na manhã desta terça-feira (10).
No despacho, no âmbito de ação que trata das emendas parlamentares, Dino cobra informações do governo e do Congresso Nacional sobre recursos que congressistas teriam direcionado dentro da verba discricionária do Executivo do Ministério da Saúde -e não por meio das emendas oficialmente reservadas ao Legislativo.
Parlamentares ouvidos pela reportagem dizem que o despacho aumenta a insatisfação dos deputados e senadores com o STF e o Executivo, já que parte deles diz enxergar participação de integrantes do governo federal nessas decisões do ministro.
A situação foi tema de conversa entre lĂderes do centrĂŁo e do PT com Motta na tarde desta terça-feira. Segundo relatos, a insatisfação dos parlamentares gera risco de paralisia na tramitação de pautas de interesse do governo federal no plenário da Casa, notadamente a medida provisĂłria que o governo pretende mandar como compensação para o recuo do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A MP deve ser publicada no Diário Oficial da UniĂŁo de quarta. Governistas defendem que ela seja enviada o mais rápido o possĂvel, ainda que sejam feitas mudanças no Congresso.
Lideranças de partido do centrĂŁo estĂŁo queixosas com as soluções apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reuniĂŁo com parlamentares no Ăşltimo domingo. Eles citam, por exemplo, aumento de tributação de bets, e diferentes alĂquotas para fintechs e bancos.
Há, em outra frente, queixas sobre o fim da isenção de Imposto de Renda sobre LCAs e LCIs, letras de crĂ©dito agrĂcolas e imobiliárias, respectivamente. Os parlamentares falam ainda que a medida inicial de Haddad nĂŁo foi conversada previamente com o Parlamento, e trouxe desgaste junto Ă s bases dos deputados.
Se o Congresso optar pela paralisia nas pautas do governo, também será uma forma de utilizar o Executivo para pressionar Dino sem gerar desgastes com o Supremo com pautas anti-STF.
Procurada, a SRI (Secretaria de Relações Institucionais) não confirma a ligação. Motta, via assessoria de imprensa, disse que não vai comentar.
A decisão do magistrado ocorre num momento em que há insatisfação dos parlamentares com o que consideram uma demora do Planalto neste ano na liberação das emendas. Até agora, apenas R$ 61 milhões dos R$ 50,4 bilhões programados para o ano foram empenhados (o termo se refere à primeira fase da execução orçamentária, quando se reservam verbas para aquela despesa).
Eles também dizem que há uma grande pressão dos prefeitos pela liberação desses recursos.
AlĂ©m disso, a avaliação no Congresso Ă© que a relação com o Supremo está numa situação frágil e vem numa crescente de ruĂdos devido Ă ofensiva de Dino diante das emendas impositivas -algo que veem como interferĂŞncia no Poder Legislativo.
Governistas, no entanto, negam qualquer influĂŞncia nas decisões do ministro e dizem que o atraso do pagamento das emendas, considerado atĂpico neste ano, ocorreu por culpa do prĂłprio Congresso, que nĂŁo aprovou a lei orçamentária em dezembro e sĂł concluiu a votação em março.
Uma reuniĂŁo que estava prevista para ocorrer entre o lĂder do governo na Câmara, JosĂ© GuimarĂŁes (PT-CE), vice-lĂderes do governo e o secretário-executivo do MinistĂ©rio da Fazenda, Dario Durigan, na manhĂŁ desta terça para tratar de medidas da área econĂ´mica teve de ser adiada em cima da hora, sob a justificativa de que GuimarĂŁes encontraria Gleisi e Motta no Palácio do Planalto.
A reunião no entanto, não ocorreu. Gleisi e Guimarães participaram de encontro no Palácio da Alvorada chamado pelo presidente Lula (PT).
Fonte: NotĂcias ao Minuto
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