Câmara pode votar projeto contra ‘adultização’ de crianças nesta semana - CORREIO CONTINENTAL

URGENTE

Câmara pode votar projeto contra ‘adultização’ de crianças nesta semana


Página inicialNacionalCâmara pode votar projeto contra ‘adultização’ de crianças nesta semana
Câmara pode votar projeto contra ‘adultização’ de crianças nesta semana
agosto 18, 2025
Apesar de haver consenso em relação ao tema, que ganhou os holofotes nas últimas semanas, oposição resiste a trechos do PL 2628/2022


O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Porto Velho, RO - O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve pautar o projeto que cria mecanismos de proteção às crianças nas redes sociais nesta semana. Apesar de haver consenso em relação ao tema da ‘adultização’, que ganhou os holofotes com o vídeo do youtuber Felca, líderes da oposição resistem a trechos da proposta com mais chances de ir a votação.

As divergências ao substitutivo do PL 2628/2022 advêm de partidos da direita, como o PL de Jair Bolsonaro, que diz ver brechas à restrição da liberdade de expressão. A última versão da proposta apresentada pelo relator, Jadyel Alencar (Republicanos-PI), estabelecer regras para a proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital, além de obrigar a retirada de contéudos nocivos mesmo sem decisão judicial.


“As ameaças oriundas do meio virtual são especialmente preocupantes quando dirigidas a crianças e adolescentes, cujo estágio de amadurecimento e desenvolvimento cognitivo os torna mais suscetíveis a práticas abusivas e criminosas”, escreveu Alencar no relatório. O texto já havia sido aprovado no Senado no final do ano passado, mas estava emperrado na Câmara.

Entre os pontos questionados pela oposição está o trecho que prevê aplicar a lei em todos os produtos ou serviços de tecnologia da informação suscetíveis ao acesso de crianças e adolescentes. Na avaliação dos parlamentares, a expressão “acesso provável” é muito aberta e amplia de forma “desproporcional” o alcance da lei, que deveria mirar apenas crianças e adolescentes.

O relator rebate essa interpretação. “Não existe nada em nosso relatório que deixe brecha para censura. O texto está bem maduro, não tem esse risco de maneira alguma”, afirmou Jadyel Alencar em conversa com CartaCapital neste domingo. Como houve modificação, o texto precisaria voltar à análise dos senadores após a votação na Câmara.

O governo Lula também trabalha por uma proposta para disciplinar, de forma mais ampla, o uso das redes sociais por menores de idade. No entanto, líderes do Centrão admitem que o tema mexeu com a base política e com a opinião pública, tornando inevitável a votação de medidas contra crimes digitais que envolvem crianças e adolescentes.

Nos últimos dias, mais de 30 projetos de lei com esse recorte específico foram apresentados, e a Comissão de Constituição e Justiça aprovou proposta que aumenta penas para aliciamento de menores pela internet. Além disso, Motta anunciou uma comissão geral para analisar as propostas, ouvir especialistas e construir um texto completo. A disposição, porém, se encerra aí.

Integrantes do bloco partidário afirmam não haver clima para retomar a agenda mais ampla de regulação das big techs. O receio é de que a tentativa de abrir o debate feita por Lula reacenda o impasse que travou o PL das Fake News, acusado por adversários do governo de abrir brechas para controle político de conteúdo e cerceamento de “opinião” na internet.

A estratégia do Centrão é contornar a pauta à proteção infantil, criminalizando a exploração sexual ou comercial de menores e endurecendo penas para aliciadores, sem avançar sobre outras modalidades de crimes virtuais, especialmente os de cunho político ou de “opinião”.

Fonte: Carta Capital

Comments

Nenhum comentário