Deputado pastor e de direita diz que Cláudio Castro promoveu execução e matou pessoas da igreja - CORREIO CONTINENTAL

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Deputado pastor e de direita diz que Cláudio Castro promoveu execução e matou pessoas da igreja


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Deputado pastor e de direita diz que Cláudio Castro promoveu execução e matou pessoas da igreja
outubro 30, 2025
Otoni de Paula critica 'muro do Bope' e afirma que governo estadual perdeu condições de investigar o caso


O deputado Otoni de Paula (MDB - RJ) - Zeca Ribeiro -21.nov.23/Câmara dos Deputados

Porto Velho, RO - O deputado federal e pastor Otoni de Paula (MDB-RJ) acusa o governador Cláudio Castro (PL-RJ) de promover um ato de execução na ação realizada na terça (28) nos complexos do Alemão e da Penha. A operação se tornou a mais letal da história do Brasil, com mais de 100 mortos.

À coluna o parlamentar diz que "nitidamente os policiais estavam com liberdade para executar porque nenhuma ação nesse nível e nessa gravidade ocorre sem que o policial se sinta protegido por alguma ordem do governador. Algo como 'faça o que tem que fazer'".


"O que chamaram de 'muro de proteção' é o muro da morte. Levaram os criminosos —e não sei se haviam inocentes naquele local também— para um ato de execução", diz. Ele se refere a uma estratégia adotada pela Polícia do Rio de levar o confronto para uma área de mata na serra da Misericórdia.

Castro disse que a estratégia visou "minimizar impactos" à população.

Na quarta (29), em discurso indignado na Câmara, em que gritou e bateu a mão no peito em algumas oportunidades, Otoni afirmou que ao menos quatro jovens de famílias pertencentes à sua igreja foram mortos na operação. Para o deputado, eles foram vítimas de racismo.


"Quem está falando é pastor. E não é pastor progressista não. Só de filho de gente da igreja, eu sei que morreram quatro. Meninos que nunca portaram fuzis, mas que estão sendo contados no pacote como se fossem bandidos. Nunca ninguém vai atrás para saber [se são bandidos ou não]. Porque preto correndo em dia de operação na favela é bandido", afirmou.

Ele falou também da preocupação com a segurança de um dos seus filhos, que atua dentro de comunidades. "É fácil para quem não conhece a realidade da favela subir na tribuna e dizer: 'que bom, matou'. É porque o filho de vocês não estão lá dentro, como o meu filho está o tempo todo. E o meu pânico é que ele é preto."

Otani diz à coluna que criou os filhos ensinando que eles precisam andar bem arrumados e não por vaidade. "É uma questão de sobrevivência."

O parlamentar afirma também que vai requerer, por meio da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHMIR), que a Polícia Federal faça uma investigação autônoma da operação.


"O Estado [do Rio] perdeu as condições de fazer esse processo investigativo do que ele mesmo fez, dessa carnificina. Você tem que ter o mínimo de autonomia investigativa."

Nesta quinta (30), ele e outros membros do grupo foram até o complexo da Penha para verificar a situação no local.

Otani apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas se afastou do bolsonarismo nos últimos anos. Ele vinha se aproximando do presidente Lula (PT) e sofreu críticas por isso no meio evangélico. Na eleição municipal do Rio de Janeiro no ano passado, foi o coordenador entre os evangélicos da campanha à reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD).

Em seu discurso na Câmara, ele disse que "não é de esquerda e nunca votou no PT ou no Lula. "Mas não dá mais pra ver o que está acontecendo no Rio de Janeiro e ficar calado."

Na visão dele, é interesse do governador Cláudio Castro polarizar a discussão sobre a ação. "Esse não é um tema de esquerda, não é um tema de direita. É um tema humanitário. Infelizmente era interesse do governador de que isso acontecesse, ou seja, de que esse nível de discussão rasteiro e pequeno tomasse conta do debate. A gente não pode permitir que isso aconteça."

Fonte: Folha de São Paulo

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